Após bons resultados em 2013 e 2014, em 2015 as exportações patinaram em volume. Foram exportadas 1,08 milhão de toneladas, queda de 12,1% em relação a 2014.
A alta do dólar e a queda da produção mundial, resultado do encolhimento das produções nos Estados Unidos e na Austrália, foram favoráveis às vendas externas no ano passado. Entretanto, já em janeiro de 2015, os embarques caíram 29,6% em volume (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços).
A queda da exportação ocorreu principalmente pela redução das compras da Rússia e Venezuela. A queda no preço do petróleo gerou instabilidade econômica nesses países e foi o principal responsável por este cenário.
Entretanto, as seguidas altas no dólar colaboram para que o faturamento fosse maior. Na comparação com 2014, o faturamento melhorou 13,3%.
E no primeiro semestre de 2016?
De janeiro a julho as exportações de carne bovina in natura totalizaram 655,6 mil toneladas. Aumento de 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado (MDIC).
Os principais compradores foram Egito, Hong Kong, China, Rússia, Irã e Chile (figura 1).
O primeiro semestre foi de bons resultados. Entretanto, em julho, pela primeira vez no ano, o volume exportado foi menor que o do mesmo período de 2015 (figura 2).
Foram exportadas 82,2 mil toneladas, uma média diária de 3,9 mil toneladas. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o total exportado foi 9,2% menor.
O faturamento total foi de US$325,50 milhões, uma média diária de US$15,50 milhões, o que representa queda de 14,4% em relação ao mesmo período de 2015.
A valorização do real frente ao dólar foi o principal fator responsável pela queda no volume exportado.
Ainda segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços até a terceira semana de agosto (quinze dias úteis), foram exportadas 56,9 mil toneladas de carne bovina in natura, média diária de 3,8 mil toneladas, queda de 10,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Se este volume permanecer até o fim do mês, o volume total exportado será de 87,4 mil toneladas, queda de 2,2% em relação a agosto de 2015. Será o segundo mês consecutivo de queda no volume exportado.
Estados Unidos
Em agosto, foi aberto formalmente o mercado norte-americano para a carne bovina in natura brasileira.
O acordo prevê que o Brasil passará a integrar a cota dos países da América Central, que é de 64,8 mil toneladas por ano, com tarifa de 4,0% ou 10,0%, dependendo do corte da carne. Fora da cota (sem limite de quantidade), a tarifa é de 26,4%.
A abertura desde mercado colabora para que outros mercados vejam com “bons olhos” o produto brasileiro, já que os EUA são conhecidos por sua exigência sanitária.
Considerações finais
A exportação é uma via importante de escoamento da produção.
Com a valorização do real frente ao dólar, a abertura de novos mercados é importante para que o volume exportado não sofre solução de continuidade.
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